quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Na infância - Capítulo 2

Quando me dei por conta, já estávamos em uma discussão acirrada. Ambos mal sabiam ler, mas éramos orgulhosos e mantínhamos nossos argumentos até convencermos o outro.

- É bigo! – ele me disse.

- Não Guto, o nome é umbigo!

- É bigo, tenho certeza.

- Não pode ser. Eu aprendi que o nome é umbigo.

- Então ensinaram errado. É bigo.

- Ah é? Então prova.

- Provo. Pensa comigo: se eu juntar o meu bigo com o teu bigo, dá “dois bigo”. Já o meu bigo sozinho é “um bigo”!

Ele estava tão convicto daquilo que até me convencera. Era bigo, e não tinha o que discutir.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ah, homens!

Desculpem o atraso. Nunca me entendi muito bem com relógios e, nas últimas semanas, parece que trocaram as pilhas, porque só consegui parar para respirar hoje.
A vida corrida me trouxe algumas surpresas, e algumas decepções também. Dentre elas, confirmei os boatos de que homens não prestam. Isso mesmo: homens não prestam. E, se alguém discordar, que se manifeste.
As meninas vão para festas afim de encontrar um príncipe. Eles, procuram a próxima. Elas amam, e se descabelam por isso. Eles querem sexo e futebol. "Amor, traz outra cerveja?"
Mas, quando pensei ter encontrado resquícios de um romantismo quase inexistente hoje em dia, fui forçada a colocar os pés no chão. Recebi cartas, recebi flores. Declarações bregas, mas amáveis mesmo assim. Então, vi que homens são capazes de qualquer coisa para encobrir uma mentira: ele tinha namorada, o desgraçado.
Homens não deixam nunca de ser apenas garotos. Algumas meninas já nascem quase mulheres. Por isso, não se assustem se eu virar lésbica.