domingo, 21 de junho de 2009

Como uma bala

Certa vez criticaram-me por não acreditar em Deus, então, descobri que meu Deus é o tempo. Ele é o dono de tudo. O tempo cura feridas, fortalece amizades e destrói outras. Determina os anos, as estações, os dias. E quando o tenho de sobra, acho-o monótono, mas enlouqueço-me com a falta dele.
Uma semana foi o suficiente para eu amar pessoas que até aí eu nem sabia que existiam, e que me fizeram chorar na hora da despedida. Foi o suficiente para eu ver que quando eu quis fugir do mundo, ele também fugiu de mim. Pessoas nasceram e morreram, assim como algumas amizades, amores e flores. Uma semana foi muito para eu pôr as coisas no lugar, o suficiente para eu sentir falta de casa e pouco para bronzear minha pele.
Então, percebi que o tempo é relativo. Uma semana para quem quer conhecer coisas novas é pouco, para quem que fugir da rotina é suficiente, e para quem ama é muito. E, com isso, desisti daquela minha loucura de tentar pará-lo. Decidi apenas aproveitar o gostinho de cada minuto até ele derreter por completo na minha boca.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Em silêncio.

Ama-me,
mas o faça em silêncio.
Não chores por mim,
Não vivas por mim,
Não morras por mim.
Nem ao menos diga aquelas três palavras.
Tenho medo do escuro,
Tenho medo da solidão,
Tenho medo do amor.
Ama-me, mas o faça em silêncio.
Quero apenas que me admire,
que me faça rir,
que seque minhas lágrimas
e me abraçe,
em silêncio.
Ama-me,
mas o faça em silêncio.
Não faça juras
Não escreva cartas
Não compre rosas.
Ou então,
tente apenas não me amar.
Não quero olhar seus olhos
e sentir-me culpada
por essa lágrima doce,
que corre pelo seu rosto
enquanto me vê ir.
De novo.