quinta-feira, 25 de março de 2010

Don't disturb.

- Você não acha graça de mais nada!
Não é a primeira pessoa que me diz isso. E sei que as piadas não deixaram de ser engraçadas, nem eu deixei de entendê-las. Apenas comecei a ser mais sincera inclusive comigo mesma.
Talvez meu desânimo já esteja mais aparente do que eu imaginava, mas é só tristeza. Tristeza, não infelicidade. Ainda me considero uma pessoa feliz, só não estou em um bom momento da minha vida.
Cansei de ser quem queriam que eu fosse. Cansei de beber coca-cola e sorrir o tempo todo. Não sou assim, como a TV manda. Apenas gosto de beber café e ficar sozinha um pouco. Odeio ter que explicar o porquê das minhas lágrimas. Deixe elas caírem, e me abrace sem dizer nada.
Porém, podem até exigir de mim que eu seja gentil. E serei. Só não exija de mim alegria.
Dedicado para a Giu, como prometido. ♥

Odeio,

ter essa sensação de que estou fazendo tudo errado. De novo.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Sonhos

Os sonhos só são interessantes
quando não conseguimos alcançá-los.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Ventania

Aconteceu logo que acordei. Ou pensava que tinha acordado, pois quis ficar aqueles cinco minutinhos a mais na cama, abraçando-a para mostrar como a amava e queria continuar ali. Mas é nesse meio tempo entre a vida real e o sono profundo que os sonhos mais loucos passam por minha cabeça, fazendo com que fique um pouco atordoada de manhã cedo.
Foi então que ouvi um grito desesperado, que parecia pedir por socorro mesmo sem palavras, pois tenho certeza de que as pessoas não gritam daquele jeito de felicidade. Pulei da cama, assustada, calcei minhas pantufas e, enquanto tateava a parede em busca do interruptor, percebi que os gritos pareciam vir de dentro do meu quarto. Olhei de volta em direção a minha cama, e percebi vultos brancos e amarelados andando em círculos ao redor de mim. Eu sabia que meus sentidos estavam me pregando peças, me deixando mais assustada. Não haviam fantasmas ali, que bobagem. Apenas os que moravam em minha mente.
Os gritos não cessavam. Eram longos, contínuos. Ora mais altos, ora mais baixos, mas quase nunca paravam realmente. Era como se a pessoa não tivesse pulmões, e não precisasse respirar.
Minhas mãos tateavam a parede fria até finalmente encontrar o interruptor. Fechei os olhos e o apertei, desejando que fosse apenas um cantor de ópera ensaiando para alguma apresentação. Quando tornei a abri-los, meus olhos me mostraram o que eu menos esperava ver: a janela entreaberta. Tudo aquilo não passara de uma ventania.

domingo, 14 de março de 2010

Meu ideal

Meu ideal seria escrever algo tão inteligente que me tornasse conhecida por isso. Um texto que resolvesse os problemas das pessoas e do mundo. Um livro, melhor dizendo. Daqueles que eu indicaria até para o meu cachorro ler, porque mostraria coisas tão fantásticas que realmente faria a diferença para a humanidade.
Lá, queria poder falar desde a mosca que está me incomodando agora até sobre o que existe além do Universo. Saber explicar os porquês de tudo. Por que o céu é azul? Porque choramos quando estamos tristes? Como funciona uma calculadora? Porque as pessoas se amam? Sim, estaria tudo respondido lá, no meu livro. E eu realmente me sentiria orgulhosa por tê-lo escrito, pois seria algo marcante e revelador, porém, simples.
Todas as pessoas iriam ler - até as que não gostam, fazendo com que ele se espalhasse por aí e fosse traduzido para todos os 6 912 idiomas que existem. E eu seria idolatrada por ter resolvido tudo o que as afligisse. Iriam viver tão felizes que até as guerras cessariam com tudo solucionado. Premiariam-me, talvez com um Nobel ou algo do tipo. E eu me tornaria a pessoa mais feliz que já tivesse entrado para a História.
Mas para isso, teria que começar entendendo meu cachorro. Se eu tivesse um.