quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Medos :O

É como se fosse uma claustrofobia, como se eu fosse uma espécie de elevador. Um elevador enorme, com fundos falsos, alçapões, paredes como as dos filmes do James Bond, que com um toque se abrem e revelam uma biblioteca ou uma sala cheia de armas. Eu me conheço e ao mesmo tempo sei que posso me surpreender a qualquer momento.
Tenho medo de não conseguir manter minhas idéias, meus pontos de vista, minhas escolhas. A minha cabeça é como um guarda que não permite que eu estacione em local algum. Eu fico dando voltas e voltas no meu cérebro e quando encontro uma vaga para ocupar, o guarda diz: circulando, circulando... Eu não tenho área de repouso. Raramente desligo, e quando isto acontece, não dá nem tempo de o motor esfriar.
Não é por outra razão que estou aqui, tentando colocar ordem nestas idéias que vivem em trânsito. Não chego a temer a loucura, no fundo a gente sabe que ninguém é muito certo. Eu tenho medo é da lucidez. Tenho medo dessa busca desenfreada pela verdade, pelas respotas. Eu me esgoto tentando morder meu próprio rabo. Quando estou acostumando com uma versão de mim mesma, surge outra, cheia de enigmas, e vou atrás dela. Tem gente que elege uma única versão de si próprio e não olha mais para dentro. Esses é que são os lunáticos. Eu, ao contrário, quase não olho para fora.
Eu nunca vou fazer uma extravagância, e é isso que me assusta, porque uma piração de vez em quando pode ser muito bem-vinda. Eu não tenho medo de perder o senso. Eu tenho medo é desta eterna vigilância interior, tenho medo do que me impede de falhar. O que me amedronta é essa insistência em me enfrentar.

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