Estava marcado para as 10:30, e eu tinha medo do relógio. Não queria encará-lo, e ficava angustiada com as tentativas fracassadas de fazer o tempo parar. Mas, a cada volta do relógio, parecia-me que as lágrimas medrosas multiplicavam-se e espalhavam cada vez mais o lápis de olho, deixando minhas bochechas com linhas escuras, como a noite lá fora. Medo. Não do escuro, nem dos monstros debaixo da minha cama. Um medo que não se pode ver, mas que faz todo o corpo amolecer, e lhe torna impotente... O (tão famoso) medo de perder.
Então o relógio dá sua última volta. Você sente quando está perto do fim. Algumas palavras ditas e você tem certeza de que tudo o que conquistara até aquele momento terminou. Em um estalar de dedos. E, como se não bastasse, ele marca hora e bate à sua porta... sorrindo. Ele sorri como se aquilo tudo fosse uma brincadeira, e sua cara de assustada se torna raivosa. Será que ele não percebe o que faz? Contudo, nada como a paz de uma longa conversa para acalmar essa guerra, onde as únicas armas são as palavras. Aí você olha para ele e lembra do quanto você o acha ridículo mas, ao mesmo tempo, perfeito. O que o torna ridiculamente perfeito.
Então um beijo e tudo desaparece. O coração volta a bater e a boca já não está mais seca. Ele te dá um beijo de perdão, e você percebe que odeia quando ele faz isso. Odeia tudo o que ele faz e todas as suas teorias. Odeia seu modo de vestir e falar. Odeia quando ele dá aquele sorriso torto e te abraça. Enfim, odeia tanto... que chega a amar.
Encontrei pedaços meus no seu texto.
ResponderExcluirNossa Cris... Sem palavras :X
ResponderExcluirLindo, perfeito. Tu te supero dessa vez!
Parabéns :*
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSem palavras :X [2]
ResponderExcluirEssas coisas não muito complexas para mim :(
Te amo ♥
Perfeito seria pouco pra isso!
ResponderExcluirTe amo ♥