sexta-feira, 17 de abril de 2009

Balas de goma.

Só de entrar naquele ônibus já senti náuseas. Não que eu passe mal em viagens - aquela fazia eu me sentir mal. Via-me uma completa idiota: estava rodeada de grupos de amigos, dos quais eu não fazia parte de nenhum. Eu ouvia murmuros, risadas e, vez que outra, pegava algum assunto no ar. Mas ninguém me via alí. Eu era invisível, e minhas tentativas fracassadas de tentar me enturmar não deram certo. Coloquei meus fones de ouvido, na esperança de não me sentir tão sozinha, mas não adiantou. Olhava pela janela aquelas imagens que passavam correndo por mim, e a estrada vazia mostrava-me que eu não era a única solitária por alí. Meus olhos encheram-se de lágrimas, e não consegui conter meu choro abafado, que só serviu para borrar meu lápis de olho - ninguém me via, de qualquer maneira.
Fechei meus olhos desejando desmaiar, porém, nem dormir não consegui. A única coisa que me vinha na mente era a saudade e a vontade de abraçar alguém que me salvasse daquele poço de solidão. Eu precisava das minha amigas alí, mesmo que em silêncio, pois só de saber que estamos próximas me sinto mais segura. Me sinto mais forte, mais corajosa. Então, abri os olhos e meu pacote de balas de goma, e aquela glicose toda parece ter me acalmado. Por alguns instantes, ao menos.
Quando eu pensava já ter sobrevivido à duas horas de viagem, na verdade, apenas 32 minutos haviam se passado. E aquele nó na garganta me sufocava cada vez mais. Sacudi a cabeça, liberei-me daquele casulo e passei o resto do tempo olhando para o nada. Volta e meia, trocava algumas palavras com alguém, mas da boca para fora. O que eu mais desejava era poder sair daquele meu pesadelo, resumido a um banco de ônibus.
Chegar antes só aumentou minha angústia. Eu olhava aluno por aluno, procurando por meus portos seguros, mas pareciam ter sumido. Quando finalmente encontrei, o abraço lavou minha alma. Todo aquele peso sumiu, e consegui engolir o nó. Eu podia rir e sorrir novamente, tranquila. E ri. Até chorar de felicidade. Passar um tempo com pessoas que conheciam muito mais do que apenas meu nome fez-me esquecer todo o medo da solidão. A viagem de volta não me preocupava mais, eu poderia superar qualquer coisa se no final eu fosse ver aqueles rostos sorridentes novamente.
O retorno não poderia ser tão ruim... era apenas um banco de ônibus. E eu ainda tinha balas de goma.

4 comentários:

  1. Adoro balinahs de gomas, sobro de você bebe?
    OEEIOIEOIOIE
    own me senti impotente de não poder te te ajudado a ir no busão com agente :/
    Te amo bebezona

    ResponderExcluir
  2. Aaaaaain Cris :/
    Se eu te disser que naquele ônibus, com pessoas que me conhecem, com pessoas que eu conheço, eu tava me sentindo praticamente do mesmo jeito... A diferença é que, ao invés de balas de goma, eu tinha o César õ/ iehoiehehoeiheoihe'
    Quando se sentir sozinha assim de novo, é só me dá um sacudão e me acorda, eu vo te o maior prazer em te fazer companhia :D

    Liindo post, apesar do tema triste. Beijãão :**

    ResponderExcluir
  3. é, o César é gostoso como balas de goma *-* aheiauhaeiuahaieuh

    ResponderExcluir
  4. Perfeito teu texto amor *-*
    Tá cada vez melhor, como sempre.
    E não se sinta sozinha, porque eu estava te esperando lá de braços abertos, e assim vai ser sempre :D
    te amo minha pequena ♥

    ResponderExcluir